Vitalik Buterin apoia votação secreta ZK enquanto mercado de $10 bilhões se aproxima

O cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, defendeu o uso da criptografia de conhecimento zero (ZK) para possibilitar votações secretas em sistemas de governança e judiciais. Ele afirmou que o anonimato pode ajudar a proteger juízes e legisladores contra retaliações.

Seus comentários surgiram após um caso tenso na Carolina do Sul. A casa da juíza do Tribunal de Circuito, Diane Goodstein, pegou fogo após semanas de ameaças relacionadas à sua decisão sobre eleições. O incidente reacendeu o debate sobre segurança pública e independência judicial.

Vitalik Defende Votação Secreta na Governança

Buterin argumentou que “em uma era de retaliação física facilitada”, o anonimato deveria se estender a juízes, legisladores e órgãos internacionais como a Assembleia Geral da ONU.

De acordo com um relatório, investigadores afirmaram que não há indícios de incêndio criminoso. No entanto, a investigação permanece ativa enquanto as autoridades continuam coletando evidências.

Statement of Vitalik | Farcaster

“Uma das minhas crenças mais radicais é que muito mais classes de ações de governança deveriam ser anônimas ou por voto secreto. Já defendi votos secretos na Assembleia Geral da ONU antes.”

“Esta situação é um bom argumento para que as identidades dos juízes sejam ocultadas quando eles emitem suas decisões. A função de um juiz é decidir de acordo com os fatos interpretados por sua consciência, não ser ‘responsável’ perante multidões violentas.”

— Vitalik Buterin

Crescimento de Mercado e Debate Ético

As provas de conhecimento zero — sistemas criptográficos que comprovam uma afirmação sem revelar os dados subjacentes — ganharam uso generalizado inicialmente em aplicações de blockchain, especialmente para aprimorar privacidade e escalabilidade. Hoje, estão migrando para a governança. As provas ZK podem verificar a elegibilidade dos eleitores e auditar resultados sem expor identidades. Esse conceito de “verificar sem confiar” agora apoia identidade digital, finanças e até conformidade regulatória.

A Aligned.co prevê que o mercado de provas ZK pode atingir US$ 10,2 bilhões anualmente até 2030. A empresa projeta cerca de 87–90 bilhões de provas por ano, com um custo médio por prova de US$ 0,12. À medida que o hardware computacional evolui, sistemas ZK podem processar 83.000 transações por segundo — quase igualando a velocidade da Visa. Esse crescimento demonstra o potencial das ZK para se tornarem infraestrutura de nível empresarial.

A BeInCrypto já reportou sobre os fundamentos da tecnologia ZK, relatou críticas de Buterin ao enganoso “ZK-washing” e noticiou novas ferramentas de votação baseadas em ZK que preservam o anonimato enquanto comprovam a elegibilidade.

Apoiadores afirmam que a votação anônima pode desencorajar intimidações e proteger a independência judicial. Observam que o sigilo já existe em deliberações de júri e eleições papais. No entanto, críticos alertam que anonimato excessivo pode enfraquecer a supervisão e reduzir a confiança pública nas instituições. Portanto, o desafio é encontrar um equilíbrio entre segurança e transparência.

Buterin também alertou que sistemas “uma pessoa, uma identidade” — mesmo protegidos por ZK — ainda podem permitir coerção se forem centralizados. Ele defende modelos de “identidade pluralista”, nos quais múltiplos emissores descentralizados compartilham a autoridade de verificação para evitar abusos.

Top Zero Knowledge (ZK) Coins Market Cap Chart | CoinGecko

O setor mais amplo de Zero Knowledge (ZK) atualmente possui uma capitalização de mercado de US$ 8,45 bilhões, refletindo uma leve queda de 0,2% nas últimas 24 horas, segundo dados da CoinGecko. Apesar da queda marginal, o segmento permanece como um dos nichos de infraestrutura blockchain que mais cresce, impulsionado pela demanda por privacidade e computação escalável.

No geral, o debate mostra como a criptografia ZK está evoluindo de uma ferramenta de escalabilidade de blockchain para um mecanismo de proteção cívica. À medida que formuladores de políticas e desenvolvedores exploram esses sistemas, transições mais robustas da privacidade para a responsabilidade definirão a próxima fase da governança digital.