Autor: Eric, Foresight News
A revista Fortune relatou na noite de 3 de setembro (horário GMT+8) que a Etherealize concluiu uma rodada de financiamento de 40 milhões de dólares, liderada pela Electric Capital e Paradigm, com a participação do cofundador do Ethereum, Vitalik, e da Ethereum Foundation. Electric Capital e Paradigm nunca economizaram ao investir pesado no setor Web3, especialmente no ecossistema Ethereum, sendo ambos grandes apoiadores das empresas listadas com DAT de Ethereum. No entanto, é raro ver Vitalik e a Ethereum Foundation investindo juntos.
A Etherealize é bastante sucinta em sua própria apresentação, descrevendo-se em seu perfil no X como "produtos institucionais, BD e departamento de mercado do ecossistema Ethereum", e em seu site apresenta apenas a visão de "remodelar Wall Street" e "levar o mundo ao Ethereum por meio de pesquisa, conteúdo e produtos". Em termos de produto, a Etherealize foca em infraestrutura institucional, oferecendo emissão, gestão, liquidação de ativos tokenizados e infraestrutura automatizada de conformidade correspondente, além de planejar a introdução de funcionalidades de privacidade por meio de provas de conhecimento zero.
Segundo a própria Etherealize, ela conta com uma equipe de engenharia profundamente conhecedora de Ethereum, uma liderança com décadas de experiência em instituições financeiras e canais para dialogar com a SEC, o Tesouro e o Congresso para elaboração de regras. Investidores ocidentais tradicionalmente não hesitam em apostar em grandes negócios B2B, mas investir dinheiro real em uma startup como esta é claramente um movimento de "apostar nas pessoas", e eu também encontrei algumas pistas na composição da equipe.
O membro mais notável da equipe da Etherealize é, sem dúvida, Danny Ryan, cofundador que fez grandes contribuições para o The Merge e o lançamento da Beacon Chain do Ethereum, mas que deixou a equipe da Ethereum Foundation em setembro do ano passado. Em sua carta de despedida no Github, Danny Ryan afirmou que sua saída foi por motivos pessoais; talvez naquele momento ele também tenha percebido que apenas se ater aos detalhes técnicos não levaria o Ethereum adiante, e que ajudar, com sua capacidade técnica, uma equipe capaz de levar o Ethereum ao mundo seria o caminho certo.
Na área técnica, o cofundador e CTO da Etherealize, Zash Obront, foi cofundador da Scribe Media, que oferece serviços de publicação de livros, e em agosto de 2021 ingressou na Snowcap Technology como pesquisador de segurança, empresa focada em segurança, oferecendo serviços em IA, VPN, WIFI e sistemas corporativos.
Outros dois engenheiros fundadores, também responsáveis pela parte técnica, têm currículos impressionantes. Alec Charbonneau foi gerente de produto na Circle, a "primeira empresa de stablecoin" a abrir capital, e depois engenheiro de software na Stellar, que assim como a Ripple, foca em liquidações; o outro engenheiro, Alex Wilton, foi gerente de produto na Tesla e na Rivian, outra empresa de veículos elétricos que em 2021 já havia levantado mais de 10 bilhões de dólares em financiamento.
O CEO de produto, Jay Katz, tem um histórico intimamente ligado à estratégia, tendo trabalhado em empresas dos setores financeiro, de software, hardware inteligente, escritórios de advocacia e consultorias; segundo o LinkedIn, seu cargo real é CEO de soluções para o mercado de empréstimos. Trabalhando em conjunto com ele está Jennifer Laino, responsável por operações de crédito, que tem vasta experiência no setor financeiro, tendo sido assistente de vice-presidente no Lehman Brothers, vice-presidente no Bank of America Merrill Lynch e consultora no Blackstone Group.
O cofundador e CEO Vivek Raman, também com muitos anos de experiência em crédito financeiro, foi executivo de crédito no Morgan Stanley, UBS, Deutsche Bank e Nomura, e em setembro de 2021 ingressou na Celsius, que entrou em colapso durante o bear market de 2022, como pesquisador sênior de DeFi. Posteriormente, Vivek Raman ingressou na BitOoda, um banco de investimentos em ativos digitais que concluiu uma rodada de financiamento Série A no início de 2023, como gerente geral. Na BitOoda, ele se concentrou em trazer instituições para o ecossistema Ethereum e L2.
É evidente que o plano da Etherealize de "levar Wall Street ao Ethereum" inicialmente mira o setor de crédito, e suspeito que sua abordagem combine stablecoins e outros elementos para lançar um sistema de empréstimos com liquidação on-chain. Claro, esse tipo de produto é diferente do DeFi, podendo ser apenas uma solução para instituições financeiras.
No mercado e operações, a Etherealize optou por pessoas com mais experiência no setor Web3. A diretora de marketing, Valeria Salazar, foi chefe de estratégia de marketing e relações com desenvolvedores e ecossistema na Phi Labs, enquanto o gerente de operações de negócios foi Morgan Takach, ex-chefe de estratégia e operações na Polyhedra.
A descrição da Etherealize sobre a vasta experiência de sua equipe nos setores Web3 e financeiro não é infundada, e a empresa aproveitou o momento em que instituições estão tentando tokenizar ativos. Remodelar as finanças com Ethereum é uma narrativa já explorada desde o início do DeFi Summer; mesmo com instituições tradicionais experimentando a tokenização de ativos, ainda não podemos determinar o tamanho do mercado desse negócio, mas construir uma ponte entre Ethereum e Wall Street é, por si só, uma direção que vale a pena explorar para o Ethereum.
Além dos negócios específicos, a Etherealize também expressou claramente em seu site o desejo de promover a adoção global do Ethereum e do ecossistema L2 como "embaixadora" do Ethereum. No geral, a Etherealize assumiu, como empresa comercial, a parte de "go to market" que a Ethereum Foundation não executava bem, e os resultados concretos são aguardados com expectativa.
