Acordo da Canaan no Japão marca o primeiro projeto de mineração de bitcoin ligado ao Estado no país

A Canaan assinou um acordo na quinta-feira para fornecer equipamentos de mineração de bitcoin para uma grande concessionária japonesa, como parte de um projeto de pesquisa sobre estabilidade da rede elétrica, marcando a primeira iniciativa de mineração ligada ao Estado publicamente divulgada no país.

Embora a Canaan não tenha identificado o parceiro, a iniciativa segue relatos anteriores de que a Tokyo Electric Power Company (TEPCO), a maior concessionária do Japão, já havia experimentado a mineração de bitcoin por meio de uma subsidiária utilizando excedentes de energia renovável.

Matthew Sigel, chefe de ativos digitais da VanEck, destacou que todas as 10 concessionárias regionais do Japão têm participação parcial do governo, o que significa que o novo projeto efetivamente traz a mineração de bitcoin para uma infraestrutura alinhada ao Estado pela primeira vez no país.

Sigel observou que o anúncio da Canaan “adiciona o Japão à nossa lista de países que mineram Bitcoin com recursos governamentais”, elevando o número global para 11, excluindo os Estados Unidos.

Em uma resposta posterior no X, ele disse que não podia ter certeza de que o acordo envolvia a TEPCO, mas afirmou que o projeto ainda assim se qualifica como uma atividade de mineração alinhada ao Estado.

O Asahi Shimbun, um dos maiores jornais nacionais do Japão, relatou pela primeira vez em setembro de 2024 que a Agile Energy X, subsidiária integral da TEPCO, vinha testando locais de mineração em pequena escala nas províncias de Gunma e Tochigi para “evitar o desperdício de energia renovável”. A empresa buscava converter o excedente de geração solar e eólica em bitcoin, em vez de reduzir a produção durante períodos de baixa demanda.

O The Block entrou em contato com a TEPCO para comentar, mas não obteve resposta até o momento da publicação.

A Canaan afirmou em seu comunicado de quinta-feira que seus servidores Avalon A1566HA resfriados a água serão usados para “estabilizar a carga da rede elétrica regional por meio de overclocking e underclocking controlados”, ajustando dinamicamente o hashrate e a voltagem para equilibrar o uso de energia em tempo real. Espera-se que a instalação, liderada pela grande concessionária regional não identificada, inicie operações até o final de 2025.

A empresa enquadrou o projeto como parte de um movimento mais amplo em direção à computação eficiente em energia e interativa com a rede. “As concessionárias podem aproveitar a mineração de bitcoin como um balanceador digital de carga”, disse o CEO Nangeng Zhang no comunicado, acrescentando que a Canaan espera expandir implantações semelhantes pela Ásia, América do Norte e Europa em 2026.

A iniciativa também se alinha com as reformas em andamento de ativos digitais no Japão, que incluem propostas para reclassificar criptomoedas como produtos financeiros sob a Financial Instruments and Exchange Act e introduzir uma alíquota fixa de 20% de imposto sobre ganhos de capital para ativos digitais.