Quando US$ 1,8 bilhão em lucros entram no mercado, o Bitcoin conseguirá resistir à pressão de venda?

O momentum está gradualmente enfraquecendo, com grandes volumes de capital fluindo para as saídas do mercado.

Autor: cryptoslate

Tradução: Blockchain Knight

O Bitcoin está demonstrando sinais de fadiga, um padrão que normalmente precede grandes movimentos direcionais.

No dia 15 de outubro, traders realizaram US$ 1.8 bilhões em lucros, sendo um dos maiores volumes de realização de lucros desde o início do verão deste ano.

No mesmo dia, o mercado também registrou US$ 430 milhões em perdas realizadas.

Esses dados confirmam o sentimento predominante no mercado desde a queda do fim de semana: o momentum está gradualmente enfraquecendo, com grandes volumes de capital fluindo para as saídas do mercado.

No momento da publicação, o preço do Bitcoin está abaixo de US$ 110 mil, acumulando uma queda de mais de 10% desde o início de outubro.

Essa parte da queda não ocorreu de forma lenta, mas sim devido ao fechamento rápido de posições por investidores que entraram no início de 2025 e mantiveram até agora.

Os detentores de longo prazo (ou seja, investidores que mantêm suas posições por mais de 3 meses) foram os principais responsáveis por essa venda, realizando lucros em uma escala mais de seis vezes maior que os detentores de curto prazo.

Mesmo durante a queda acentuada da semana passada, os detentores de longo prazo ainda estavam em estado de lucro profundo, o que indica que eles não estavam vendendo por pânico.

Eles estão realizando operações de redução de risco: optando por realizar lucros enquanto o mercado enfraquece, ao invés de esperar por uma recuperação.

Após um período de consolidação do mercado, algum nível de realização de lucros é uma prática comum, e a realização de centenas de milhões de dólares em um único dia pode ser interpretada como uma rotação saudável de capital.

No entanto, como observado desde o início de outubro, quando esse fluxo de saída de capital se torna uma tendência contínua, sua natureza deixa de ser "distribuição dispersa" e começa a apresentar características de "esgotamento do mercado".

O volume de perdas realizadas também está aumentando. Embora as perdas ainda estejam em um nível "controlável", elas têm crescido em sincronia com a realização de lucros.

Se as perdas realizadas continuarem crescendo junto com a realização de lucros, isso pode indicar que as operações de redução de risco estão se espalhando dos detentores de curto prazo para todo o mercado.

Essa disseminação pode ser altamente contagiosa, pois atualmente metade dos detentores de Bitcoin de curto prazo está em posição de prejuízo não realizado.

De acordo com dados da plataforma de análise on-chain Checkonchain, as perdas não realizadas atualmente representam cerca de 2% do valor de mercado — embora não seja um valor alto, a taxa de crescimento é rápida.

Se o preço do Bitcoin cair abaixo de US$ 100 mil, essa proporção provavelmente subirá para 5%, um nível suficiente para transformar o atual "sentimento de inquietação" do mercado em pânico generalizado.

Historicamente, apenas durante fases completas de mercado de baixa é que mais de 30% do volume circulante fica em situação de prejuízo, e o mercado atualmente está perigosamente próximo desse limiar.

Se os compradores conseguirem segurar o patamar de US$ 100 mil, o Bitcoin pode redefinir a base de custo de curto prazo e recuperar o momentum de alta.

Se cair abaixo de US$ 100 mil, a base de custo dos novos compradores entrará em colapso, e todo o volume circulante de curto prazo passará a estar em prejuízo.

Isso não significa necessariamente o fim do ciclo atual, mas pode ampliar ainda mais a correção para US$ 80 mil, uma retração de cerca de 35% em relação ao preço mais alto da história (ATH).

Considerando a escala da pressão de venda atual, a estabilidade do Bitcoin ainda é notável, mas os sinais transmitidos on-chain são claros: a confiança do mercado está enfraquecendo continuamente.

Os compradores ainda estão defendendo suas posições, mas cada candle de queda torna mais difícil para o mercado externo discernir se eles estão "comprando na baixa" ou "pegando uma faca caindo".