Rascunho de projeto de lei sobre estrutura de mercado do Senado propõe comitê conjunto SEC–CFTC para encerrar disputas de jurisdição sobre cripto

"Trabalhando juntos para alinhar nossos marcos regulatórios, a SEC e a CFTC podem reduzir barreiras desnecessárias, aumentar a eficiência do mercado e criar espaço para a inovação prosperar. Nosso objetivo comum é garantir que os Estados Unidos permaneçam líderes globais nos mercados de capitais", disseram o Presidente da SEC, Paul S. Atkins, e a Presidente Interina da CFTC, Caroline D. Pham, em comunicado. 

Novas regras para desenvolvedores DeFi, tokens DePIN e airdrops

Também está incluída na versão mais recente do projeto de lei uma proteção explícita para desenvolvedores DeFi que contribuem para protocolos descentralizados. Segundo o rascunho, operar uma exchange descentralizada (DEX) ou protocolo automatizado não sujeitaria automaticamente os desenvolvedores ou usuários ao conjunto completo de regulações de corretoras ou de combate à lavagem de dinheiro aplicáveis a instituições financeiras tradicionais. 

Enquanto uma versão preliminar dessas proteções já havia aparecido em um rascunho anterior, o novo texto detalha explicitamente proteções para usuários DeFi que operam nós validadores, contribuem para pools de liquidez, desenvolvem protocolos de mensagens, constroem carteiras ou sistemas de gerenciamento de chaves, entre outros. As proteções não se aplicariam a protocolos que possam ser alterados materialmente por um único agente ou grupo, ou seja, protocolos centralizados. 

As mudanças no projeto de lei ocorrem pouco depois de Roman Storm, cofundador da Tornado Cash, ter sido considerado culpado por um júri de Nova York por operar um negócio de transmissão de dinheiro sem licença no início de agosto. O júri não conseguiu chegar a um veredicto sobre as acusações de lavagem de dinheiro e evasão de sanções. Muitos membros da indústria cripto criticaram a decisão, classificando-a como uma ameaça aos direitos dos desenvolvedores DeFi. 

O rascunho também esclarece o tratamento regulatório de "distribuições gratuitas", ou recompensas de staking, saídas de liquid staking, distribuições programáticas e airdrops para detentores, que não seriam considerados uma "oferta ou venda" segundo as leis de valores mobiliários. A mudança responde a preocupações do setor de que atividades cotidianas de cripto, como reivindicar um airdrop, poderiam acionar as leis de valores mobiliários. 

O rascunho mais recente também adiciona uma seção totalmente nova isentando as Decentralized Physical Infrastructure Networks (DePINs) das leis de valores mobiliários. De acordo com o projeto, tokens que alimentam DePINs não serão tratados como ofertas de valores mobiliários, desde que atendam aos critérios de descentralização estabelecidos pelo texto. Se qualquer pessoa ou entidade possuir efetivamente mais de 20% dos tokens de uma determinada DePIN, a isenção de porto seguro não se aplicaria.

Por fim, o projeto de lei inclui uma redação que esclarece o tratamento de valores mobiliários tokenizados e ativos do mundo real, observando que ativos não classificados como valores mobiliários não se tornam automaticamente valores mobiliários ao serem trazidos para a blockchain. O projeto solicita que a SEC e a CFTC estudem em conjunto o tratamento regulatório dos RWAs tokenizados, incluindo padrões para verificação, custódia, auditoria e relatórios; critérios para custodiante terceirizado qualificado; como lidar com fraudes; e como os regimes federais, estaduais e internacionais devem se encaixar, além de mecanismos de coordenação e fiscalização. 

A senadora pró-cripto Cynthia Lummis (R-WY) disse à CNBC que o Comitê Bancário do Senado quer uma versão final do projeto de lei na mesa do Presidente Trump até o final do ano. A versão do Senado terá que ser conciliada com o projeto Clarity Act aprovado pela Câmara dos EUA em julho.