BRC2.0 traz a máquina virtual da Ethereum para a camada de tokens do Bitcoin

BRC20 incorporou o mecanismo de execução do Ethereum ao padrão de token do Bitcoin por meio de uma atualização no bloco 912.690, possibilitando um futuro onde os tokens são verdadeiramente programáveis.

Em 1º de setembro, o desenvolvedor do Ordinals, Best in Slot, anunciou que executou com sucesso a atualização BRC2.0 em colaboração com o criador pseudônimo do padrão, Domo.

A integração, que entrou em vigor no bloco 912.690 do Bitcoin, incorpora a lógica da Ethereum Virtual Machine diretamente nos indexadores do protocolo, os sistemas offchain que interpretam e aplicam as regras do padrão BRC20. A atualização transforma esses livros-razão antes simples em ambientes de execução sofisticados e completos de Turing.

Por que o BRC2.0 é importante para a evolução do Bitcoin

BRC20, como outros meta-protocolos do Bitcoin, não opera onchain da maneira que muitos imaginam. Em vez disso, depende de indexadores, que o CEO da Best in Slot, Eril Binari Ezerel, comparou a “calculadoras simples”.

A atualização BRC2.0 substitui essa calculadora por um computador completo ao integrar um mecanismo de execução da Ethereum Virtual Machine personalizado. Isso permite que o indexador processe e execute códigos complexos de contratos inteligentes completos de Turing inscritos na blockchain do Bitcoin, indo muito além de simples cálculos de saldo.

Ao escolher a EVM, os desenvolvedores estão aproveitando o ambiente de contratos inteligentes mais amplamente adotado do mundo. A longo prazo, isso permite que desenvolvedores de tokens do Bitcoin tenham acesso imediato a um arsenal já existente de ferramentas, bibliotecas open-source e uma vasta comunidade de desenvolvedores já fluentes em Solidity.

Além disso, elimina a necessidade de construir um novo ecossistema de desenvolvedores do zero, visando acelerar rapidamente o desenvolvimento de aplicações descentralizadas avançadas, como protocolos de empréstimo e exchanges descentralizadas diretamente no Bitcoin.

“O santo graal é combinar os dois padrões ouro: o Bitcoin como a rede mais descentralizada e segura, e a EVM como a máquina virtual mais comprovada”, disse Domo. “O objetivo é dar aos usuários a experiência do Ethereum de composibilidade e programabilidade, mas com a segurança do Bitcoin.”

A adoção desse novo padrão já está em andamento, um sinal-chave de seu potencial de viabilidade. A UniSat, uma importante carteira e provedora de serviços de Bitcoin, já integrou o suporte ao BRC2.0 em sua extensão de carteira.

Essa integração inicial permite que os usuários gerenciem, transfiram e armazenem esses novos ativos programáveis, fornecendo a infraestrutura essencial necessária para a interação do usuário e demonstrando uma adesão significativa do ecossistema por parte de um player chave. A natureza open-source do mecanismo de execução foi projetada para incentivar outros indexadores a seguirem o exemplo, evitando a fragmentação.