Intel altera acordo do CHIPS Act e recebe antecipadamente US$ 5,7 bilhões em dinheiro para aumentar flexibilidade

A Intel (INTC.US) anunciou na sexta-feira, horário do leste dos EUA, que revisou o acordo de financiamento da Lei dos Chips firmado com o Departamento de Comércio dos EUA, eliminando os requisitos anteriores de marcos do projeto e recebendo antecipadamente cerca de US$ 5,7 bilhões em dinheiro. Essa medida proporcionará à Intel maior flexibilidade no uso dos recursos.

O acordo revisado é uma atualização do acordo de financiamento inicial de novembro de 2024, mantendo algumas cláusulas restritivas: proíbe a Intel de usar esses fundos para pagamento de dividendos e recompra de ações, proíbe determinadas transações de mudança de controle acionário, bem como a expansão de negócios em países específicos.

Como parte do acordo, a Intel já emitiu 274,6 milhões de ações para o governo dos EUA e se comprometeu, sob certas condições, a permitir que o governo subscreva até mais 240,5 milhões de ações (ou seja, o governo obtém direitos de subscrição).

A Intel informou que já depositou 158,7 milhões de ações em uma conta de custódia, que serão liberadas oficialmente quando o governo destinar mais recursos da Lei dos Chips para o “Secure Enclave program”, voltado à expansão da fabricação de chips avançados.

A empresa também revelou que já investiu pelo menos US$ 7,87 bilhões em projetos elegíveis para financiamento pela Lei dos Chips.

O governo dos EUA adquiriu 9,9% de participação acionária na Intel nesta operação, e a declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, de que pretende promover mais acordos semelhantes, gerou questionamentos sobre as perspectivas futuras das empresas americanas.

A Intel afirmou que o investimento de US$ 8,9 bilhões do governo dos EUA, somado aos US$ 2,2 bilhões em subsídios já recebidos anteriormente, eleva o total de apoio financeiro governamental para US$ 11,1 bilhões.

O diretor financeiro da Intel, David Zinsner, afirmou na reunião de investidores de quinta-feira que o plano de participação acionária anunciado pelo governo dos EUA na semana passada é, essencialmente, um incentivo para a Intel — com o objetivo de impulsionar a empresa a manter o controle sobre seu negócio de fabricação contratada (ou seja, foundry).