Tether vai lançar stablecoin nativa no Bitcoin com implementação do USDT na RGB

A Tether planeja lançar seu token USDT no RGB, um protocolo de contratos inteligentes e emissão de ativos ancorado ao Bitcoin e compatível com a Lightning Network, expandindo o suporte nativo de stablecoin na maior blockchain do mundo, de acordo com um anúncio feito nesta quinta-feira.

O RGB permite que emissores criem e movimentem ativos que são criptograficamente vinculados a transações de Bitcoin, mas validados offchain entre as contrapartes, reduzindo o impacto onchain enquanto herdam as garantias de segurança do Bitcoin.

Na prática, esse design pode possibilitar liquidações quase instantâneas via Lightning e melhorar a confidencialidade em comparação com sistemas legados de tokens de Bitcoin, como o Omni, que armazenam mais dados onchain e se tornam caros em ambientes de altas taxas.

A Tether afirmou que a integração foi projetada para tornar as transferências de USDT no Bitcoin mais rápidas, baratas e privadas, utilizando o modelo de validação do lado do cliente do RGB em vez de armazenar dados volumosos de tokens diretamente onchain.

Esse movimento marca o mais recente esforço da Tether para diversificar as redes que suportam o USDT. Também segue sua decisão, tomada no início deste ano, de encerrar o suporte para blockchains menos escaláveis como Omni, EOS e Algorand até setembro, priorizando ecossistemas de alta demanda.

Embora a maior parte da circulação atualmente esteja no Tron e Ethereum, a adição do RGB abre um caminho nativo no Bitcoin para pagamentos e remessas com stablecoin que podem ser integrados a carteiras compatíveis com Lightning, ferramentas para comerciantes e exchanges. O USDT é a maior stablecoin do mercado de criptomoedas, com uma oferta circulante de mais de $167 bilhões, de acordo com o painel de dados do The Block.

A empresa também tem aprofundado sua presença no Bitcoin por meio de investimentos em infraestrutura e iniciativas ligadas ao ecossistema mais amplo. Até o segundo trimestre de 2025, a Tether detém mais de 100.000 BTC e já investiu mais de $2 bilhões em 15 instalações de mineração pela América Latina. A empresa planeja se tornar a maior mineradora de BTC até o final de 2025, disse o CEO Paolo Ardoino ao The Block em junho.

A expansão do USDT da Tether para o bitcoin também coincide com uma mudança estratégica mais ampla para mercados regulados e novos canais de distribuição. No início deste verão, a empresa adquiriu uma participação na exchange espanhola Bit2Me para estabelecer uma base na Europa.