Goldman Sachs alerta: dívida dos EUA se aproxima do pico da Segunda Guerra Mundial, inação pode provocar o aperto monetário mais severo da história

O Goldman Sachs destacou que os planos de gastos de Trump não impedirão que a dívida do governo dos EUA atinja níveis “insustentáveis”, sendo o atual fardo da dívida superado apenas pelo da Segunda Guerra Mundial. No próximo ano, os EUA terão que pagar US$ 1 trilhão em juros sobre uma dívida pública de US$ 36 trilhões, um valor superior ao gasto combinado com Medicare e defesa. Economistas do Goldman Sachs alertam que, se os legisladores norte-americanos demorarem a enfrentar o déficit, pode ser necessário um aperto fiscal sem precedentes no futuro para evitar uma crise. Em um relatório divulgado na terça-feira, Manuel Abecasis, David Mericle e Alec Phillips, do Goldman Sachs, observaram que, embora o projeto de lei de gastos dos republicanos da Câmara, juntamente com o aumento das receitas tarifárias, reduza ligeiramente o déficit orçamentário excluindo os pagamentos de juros, o impacto sobre o déficit total permanece praticamente inalterado devido ao aumento do custo de financiamento. O relatório enfatizou: “A trajetória atual continua insustentável — mesmo com uma economia forte, o déficit primário está muito acima dos níveis normais, a relação dívida/PIB se aproxima do pico do pós-Segunda Guerra Mundial e o aumento das taxas de juros reais faz com que a participação da dívida e dos pagamentos de juros no PIB cresça muito mais rápido do que o esperado no ciclo anterior.” O Goldman Sachs afirmou que o tamanho futuro da dívida dependerá fortemente da tendência das taxas de juros nas próximas duas décadas. Os atuais US$ 36 trilhões em dívida pública equivalem a cerca de 120% do PIB, e o Tesouro dos EUA é forçado a emitir novos títulos para pagar os juros cada vez maiores. Segundo o think tank Committee for a Responsible Federal Budget, os pagamentos de juros do governo dos EUA chegarão a US$ 1 trilhão no próximo ano, tornando-se a segunda maior despesa do governo, atrás apenas da Previdência Social.