A expansão da nuvem de IA da IREN impulsiona ganhos a longo prazo, mas pressiona o balanço patrimonial no curto prazo, diz JPMorgan

Os analistas do JPMorgan afirmaram que o contrato de 9,7 bilhões de dólares da IREN com a Microsoft representa um passo importante na sua transição da mineração de bitcoin para a infraestrutura de IA, e projetaram que a rápida expansão poderá exercer pressão sobre o balanço da empresa ao longo do próximo ano.

Em uma nota aos clientes na quinta-feira, o banco elevou o preço-alvo para dezembro de 2026 de 24 para 28 dólares, citando o impulso nos negócios de IA-cloud da IREN e a validação de novas parcerias hyperscale. Ainda assim, os analistas observaram que a empresa enfrenta grandes necessidades de financiamento e potencial diluição à medida que expande sua frota de GPUs e a infraestrutura dos seus data centers.

O JPMorgan estima que a IREN precisará adicionar cerca de 120.000 GPUs e disponibilizar 320 megawatts de nova capacidade nos próximos 13 meses. Esta expansão deverá custar mais de 9 bilhões de dólares, mesmo após o pagamento inicial da Microsoft.

O modelo do banco também assume aproximadamente 374 milhões de ações diluídas após as recentes emissões de ações e conversões de notas conversíveis.

A IREN reportou uma receita de 240,3 milhões de dólares no primeiro trimestre fiscal e um EBITDA ajustado de 92 milhões de dólares, marcando o quinto trimestre consecutivo de vendas recorde.

Na teleconferência de resultados, os executivos disseram que o acordo com a Microsoft acrescentará cerca de 1,94 bilhões de dólares em receita recorrente anual quando estiver totalmente operacional, com margens ao nível do projeto próximas de 85%.

A empresa pretende atingir 140.000 GPUs até o final de 2026, suportando cerca de 3,4 bilhões de dólares em receita anualizada.

O JPMorgan afirmou que esses planos podem impulsionar retornos sólidos a longo prazo, mas envolvem riscos de execução à medida que a IREN faz a transição para uma grande operadora de IA-cloud.

As ações da IREN foram negociadas abaixo de 60 dólares na manhã de sexta-feira, uma queda de cerca de 20% em relação ao recorde acima de 76 dólares no início da semana após a divulgação dos resultados, segundo a página de preços do The Block.

Apesar da retração, as ações permanecem bem acima do preço-alvo de 28 dólares do JPMorgan para dezembro de 2026, que pressupõe uma entrega gradual dos projetos de IA-cloud e contínuas captações de capital.